quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Eu tento, mas...

Hoje, a caminho da faculdade, passei por um mendigo que estava a dormir no passeio.
Não e novidade nenhuma, todos os dias vejo imensos e já não fico triste nem com pena: não sinto nada.
Mas desta vez, eu trazia comigo uma sandes, para não ter de comprar lanche na faculdade.
Hesitei um bocado, mas acabei por tirar o pão da mala e ajoelhar-me junto ao homem.
-Ei. - chamei. -Ei!
Segurei-lhe os dedos, mas ele não se mexeu. Estava gelado.
Um pouco assustada, fiquei imóvel por uns instantes, a ver se ele respirava.
Quando percebi que estava bem, coloquei-lhe a sandes na mão estendida sobre a calçada, tendo o cuidado de a prender entre os dedos dele. Depois, ergui-me e continuei o meu caminho.
Estava muito feliz comigo mesma, a pensar na surpresa do homem quando acordasse e desse com uma sandes de doce caseiro nas mãos, quando me cruzei com um outro mendigo, que, com um chapéu na mão, pedia a minha ajuda.
Eu já não tinha nada para lhe dar.

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