sexta-feira, 11 de junho de 2010

Que vontade de gritar! Tanta, que me dói a garganta de não poder fazê-lo!
Que raiva! Porque é que ele não está aqui?! Apetece-me tanto bater-lhe, por que raio é que ele não está aqui?!
Cobarde! Cobarde! Anda cá enfrentar-me!
Tens medo? Tens? De mim?!
Anda cá, e diz-me na cara que queres que te dê satisfações! AH! Antes, tinhas tu de dizer-me por onde tens andado, todo este tempo! Tinhas de contar-me onde moras, com quem, e porque é que foste embora!
Cobarde, cobarde! De certeza que começavas a choramingar, a lamentar-te e a dizer que a culpa não era tua!
E queres dinheiro? Queres?! Pois eu não o tenho, pai, porque tu mo roubaste! Ladrão! A mim, à minha mãe, e ao meu irmão! Tu é que tens de nos dar dinheiro!
Ele ia desaparecendo e tu ias dizendo: "não sei." Sabias! Mentiroso, roubaste-o tu!
Anda cá, anda!
Vou humilhar-te, vou magoar-te! Hei-de marcar-te para que nunca te esqueças!
Dois cortes numa bochecha, para que sempre que os vejas te lembres: tens dois filhos. Aah, sim! Era isso que eu queria fazer, era isso! Estragar-te essa carinha de gostas tanto!
Não vales nada, nada! Antes orfã que tua filha!
Que vergonha, que revolta, que raiva!
Quem me dera não depender de ti! Do dinheiro sujo que, muito contrariado, tu me dás todos os meses!
Agora não posso, mas sabes o que vou fazer um dia? Vou destruir-te!
Vou encurralar-te, como estás a fazer connosco! Vou-te tirar tudo, tudo! Hás-de viver pobre e miserável, como tu mereces viver, sem ninguém que te ajude!
Eu? Eu?? Ajudar-te?!
Nunca! Jamais!
Vou rir-me de ti! Se te vir a rastejar na rua, vou cuspir-te em cima!
Abandonaste-nos a todos! A minha mãe, ao meu irmão, aos cães e às gatas!
Um dia, vou fazer o mesmo contigo...
Até um de nós morrer, vou infernizar a tua vida!...