terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Calendário do Estudante

Dizem que e no Ano Novo que as pessoas fazem mais planos, projectos, estabelecem objectivos...
Mas eu, como muitos outros estudantes, apercebi-me que para mim já não e bem assim: o inicio do ano lectivo e que e perfeito para estabelecer metas.
Na verdade, e no inicio do Ano Lectivo que começa o Ano.
Depois de tanto tempo a estudar, o meu calendário ficou completamente distorcido: não existe Inverno, Primavera, Verão e Outono... Existem Ferias; Primeiro Semestre (outrora primeiro período), com um evento muito especial pelo meio, que são as "Ferias de Natal" e o Segundo Semestre (antes o segundo período), durante o qual celebramos o "Carnaval" e a "Pascoa" (a qual, antigamente, se seguia o terceiro período).
Assim, o nosso calendário e um ciclo onde ferias e semestres ou períodos se seguem uns aos outros alternadamente, onde os meses, as semanas e os dias apenas servem para determinar a data de algum teste, exame, ou entrega de um trabalho, ou ate mesmo os dias em que podemos dormir mais umas horas... As festas e feriados são pausas ideais para descansar ou adiantar trabalho, que surgem como davidas no nosso extenuante calendário e que não tem outro significado senão o quanto nos são úteis. Quanto as estações do ano, das quais raramente nos lembramos, não passam da temperatura e das condições meteorológicas de cada dia, e servem apenas para determinar que roupa vestimos ou a que lugares podemos ir agora com a família e os amigos.
Bizarro, não e?

Ps: Estive à uns dias com um primo meu, e, ao ouvi-lo falar, apercebi-me de que para ele não existem idades, mas anos lectivos. Por exemplo, em vez de dizer: "Quando eu tinha onze anos..." diz: "quando eu estava no sexto ano..." . Assustador, não?!

sábado, 21 de agosto de 2010

Decisões, decisões...

Como qualquer pessoa, gosto de pedir a opinião dos outros acerca de certas e determinadas coisas. Ontem, no entanto, excedi-me, e o meu irmão, a quem eu ia fazendo perguntas, irritou-se e disse-me:
-Fogo, Carolina! Cada vez mais acredito naquela historia de as mulheres serem umas indecisas e os homens tomarem as decisões delas!
Protestei imediatamente, dizendo que aquilo não era verdade, pelo que ele me deu o seguinte exemplo: um casal entra numa loja. Então, a mulher vê dois vestidos lindos:
-Ai, sao tao giros!...
-Hum-hum...
-Qual e que tu achas mais bonito?
-Aquele.
-Hmmm... Sera que o outro me fica melhor?
-Não.
-Tens a certeza?
-Sim. Leva esse.
A caminho da caixa, a mulher diz:
-Sera que e muito caro?
-Não, não e.
-Eu acho um bocadinho...
-Então eu pago.
-Não, não, não!... Va, deixa estar, vamos embora, vamos...
E saem da loja sem levar nada.
-Entretanto conseguiram fazer um homem passar quinze minutos dentro duma loja! - exclamou o Tomas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

E no fim, não havia ananás...

Acabei de jantar... Comi tanto, tanto, tanto, que me dói a barriga e não me apetece fazer nada ate me sentir mais leve.
Depois de arrumar os talheres, o meu irmão disse-me:
-E uma pena o David não estar cá. Podia ajudar-nos a acabar de comer, como daquela vez...
O Tomas referia-se a uma certa noite, mais ou menos há um ano, quando ele, o nosso primo Alexandre, e David comeram três quilos de choco frito.
Estávamos todos juntos de ferias, e decidimos ir comer fora. No restaurante, ao pousar a bandeja cheia de choco frito diante dos três rapazes, o empregado de mesa desafiou-os:
-Se vocês conseguirem comer isso tudo, eu pago-vos a sobremesa!
-Paga mesmo? - perguntou imediatamente o David.
-Pago, sim. - garantiu.
-Olhe que nos comemos! - ameaçou o meu amigo.
O empregado riu, e, duvidoso, tornou a dizer que se eles conseguissem comer tudo, lhes pagaria a sobremesa.
Cada um se serviu ate o prato ficar a abarrotar, mas a bandeja continuava cheia. Comeram como leões, repetiram e repetiram outra vez, e, quando se começaram a sentir cheios, desapertaram os cintos (o David primeiro, encorajando os outros dois que nunca tinham feito tal coisa num restaurante).
Impressionadas pela determinação dos rapazes, eu e a minha prima Marta decidimos ajuda-los: comemos um bocadinho de choco (quando o empregado não estava a ver) e escondemos dois ou três pedacinhos pequenininhos debaixo dos restos do nosso arroz e salada.
Apesar de tudo, Alexandre começava a perder o animo:
-Não consigo mais... - queixou-se. Foi muito estranho ouvi-lo dizer isto, uma vez que o Alexandre come mesmo, mesmo muito.
-Alexandre... - disse-lhe o David, pousando uma mão no ombro do meu primo - Há alturas nas vida de um homem... em que ele tem de decidir se quer ou não fazer algo realmente estúpido.
Disse-lhe aquilo como se fosse um pai a falar com um filho.
-O David! - exclamei.
-O que e? - tornou ele, voltando-se para mim -O Carolina, quer dizer... Qual e a piada de chegar a escola e contar aos amigos: "ah, eu ontem podia ter comido muito, mas comi poucochinho para não ficar com dor de barriga"... Não tem piada nenhuma! E muito melhor dizer: "E pá, eu ontem comi imenso, enchi-me como um texugo só p'ra comer uma sobremesa"!
Com este incentivo, o Alexandre decidiu-se a comer mais um pouco... E conseguiram!
Espantado, o empregado pegou na bandeja vazia e levou-a, enquanto os três se punham a pensar no que iriam pedir para sobremesa:
-Eu só quero ananás, para desenjoar. - disse o David.
-Olha que há ali bolos com muito bom aspecto... - adverti-o.
-Não, não, Carolina. Ananás.
Quando o empregado regressou a mesa, decidido a cumprir a sua promessa, o David perguntou:
-Tem ananás?
-Não. Temos outras frutas, e muitos bolos, mas ananás não.
-Eich! - fez ele, enquanto baixava o olhar e eu me partia a rir.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ai, ai, David...

Estive a pouco tempo com o meu amigo David. Há distancia, ele viu-me a olhar a minha volta, a procura-lo, e no entanto não se mexeu.
"Será que e aquela, a Carolina?" pensou, hesitante. Depois, segundo me contou, olhou para as minha pernas e decidiu-se: "E a Carolina."
Ao saber disto, perguntei-lhe:
-David, há quatro anos que me conheces! Como e que e possível que me reconheças pelas pernas e não pela cara!?
-Quem vê caras não vê corações... - respondeu.