quinta-feira, 25 de março de 2010

Ao colheres um fruto,
Come-o e aprecia o seu sabor,
Depois, deita-o fora e esquece-o,
Percorre o resto do pomar sem tornar a pensar nele;
Fá-lo antes que ele te caia da mão
E tenhas de te curvar para o tirar do chão,
Coberto de terra, sem que o possas pôr na boca!

terça-feira, 16 de março de 2010

Os Desamparados

Às vezes, apetece-me chorar como um bebé insatisfeito até alguém se apiedar de mim e me atender.
Gostava de adormecer nos braços dessa pessoa sabendo que posso confiar nela, e acordar desperta e contente, sem um único problema em que pensar, como se o meu protector os tivesse resolvido a todos durante o meu sono, e ao acordar, eu pudesse começar uma vida nova, melhor que a que eu tivera antes.
Então eu ia poder ser leve e luminosa, como os felizes... Esses, parece que nunca têm problemas. Inveja-mo-los por isso, temos raiva da sua inconsciência e desprezamos a usa simplicidade!
Esses, sim... têm uma mão que segura a deles e os guia através dos melhores caminhos, braços fortes que lhes pegam ao colo ou às cavalitas quando a estrada é difícil; enfim, alguém que os ampare até serem capazes de andar sozinhos.
Nós, não. Essa mão deixou-nos. Abandonou-nos, e agora nós temos que rastejar pela estrada fora, empurrando-nos e puxando-nos uns aos outros, a espremer os músculos até perdermos as forças.
Às vezes penso que a única coisa que nos impede de enlouquecer, é sabermos que se isso acontecer a um de nós, a jornada será ainda mais difícil para os outros.


Não há ninguém que nos ajude?...
Que tenha pena de nós?...
Eu também quero uns braços seguros que guardem, pelo menos agora, enquanto os meus não são suficientemente fortes para me proteger.